Projecto


"Olhares Escondidos" é um projecto de matriz social que incide sobre as crianças do Instituto Português de Oncologia, Serviço de Pediatria. Este projecto pretende dar ênfase a valores sociais como igualdade e cooperação e mostrar a importância das actividades de Animação Sociocultural no tratamento destas crianças e no seu processo de socialização. Este projecto realizar-se-á no dia 30 de Maio de 2008, terá lugar no espaço Lions do Instituto Português de Oncologia e é da responsabilidade dos alunos do 3º ano do curso de Animação Sociocultural.

Como o próprio nome indica "Olhares Escondidos" remete-nos para uma realidade sofrida, em que os olhares das crianças se mostram tristes.

"Mais importante que saber qual o tipo de doença que a pessoa sofre, é conhecer essa pessoa que sofre essa doença" (Hipócrates)


sexta-feira, 30 de maio de 2008

Fotografias





Recursos humanos e materiais

Recursos Humanos

- Animadores

- Educadores

Recursos materiais

- papel cenário

- balões

- tesouras

- tintas

- pincéis

- arroz

- sacos de plástico

- cartolinas

- cola

- guaches

- desenhos para colorir

- agrafador

- agrafos

- lapis

Infra-estruturas

- Sala Lions

- Parque infantil

Objectivos

- Oferecer actividades diversificadas, proporcionando momentos de prazer e distracção;

- Promover diferentes formas de interacção e entreajuda;

- Proporcionar situações que levem as crianças e os pais a abstrairem-se da realidade no espaço lúdico;

- Participação e interacção das crianças, pais, educadores e animadores;

- Desenvolvimento da criatividade individual e da capacidade de trabalhar em grupo.

Numa sociedade individualista, este projecto aposta no respeito pelo outro através da cooperação, da intervenção e da socialização.

Metodologia

Um dos princípios fundamentais de actuação em Animação Sociocultural é a utilização da denominada “metodologia de projecto” nas intervenções. Entre outras coisas, tal significa que as actuações devem ser devidamente fundamentadas e justificadas numa análise da realidade onde se pretende intervir. Significa, também, que as actividades que se implementam e as metodologias que se utilizam não constituem um fim em si mesmas, mas antes meios de atingir objectivos previamente estabelecidos.
Neste projecto existiram vários métodos utilizados considerados importantes, como o conhecimento da população e das suas necessidades, a investigação acerca da instituição e da doença - cancro e os objectivos pretendidos com este projecto também foram desde logo determinados.
Depois de feita toda a investigação necessária, deliberamos as actividades que cogitamos serem apropriadas para a situação e para os objectivos que nos propusemos alcançar.
A criação de "cantinhos" (pequenos ateliers) com actividades manuais diversificadas, tais como pintura, moldagem de balões, construção de brinquedos e jogos de cooperação foram o meio/método para alcançar os objectivos determinados.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Descrição da população

O grupo no qual vai incidir o projecto tem aproximadamente 30 crianças, as idades destas oscilam entre os 2 anos e os 12. É um grupo heterogéneo e flutuante, portando apresenta diferentes características, como a idade, o sexo, a classe social, a origem, entre outros. É flutuante, uma vez que, os elementos vão-se alternando mediante a necessidade de fazer consulta ou tratamento.
Cada criança é acompanhada por uma familiar, desta forma as actividades serão concebidas para proporcionar a participação não só das crianças como também dos acompanhantes.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Espaço Lyons

O espaço Lyons, destinado a sala de espera, é o local onde as crianças e familiares aguardam pelo resultado das análises ou pela consulta. Trata-se de um espaço alegre, com muita luminosidade e está muito bem apetrechado, tanto a nível de equipamento informático, bem como de jogos lúdico-pedagógicos, materiais adequados para trabalhos manuais, cadeiras e mesas. Também possui um parque infantil na zona exterior.





Acreditar

A Acreditar - Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro - é uma Instituição Particular de Solidariedade Social que pretende ajudar as crianças e as respectivas famílias a superar os diversos problemas que se colocam a partir do momento em que é diagnosticado o cancro, contribuindo para fomentar a esperança.
Há, de facto, razões para fundamentar essa esperança, actualmente, cerca de 70% dos cancros infantis podem ser totalmente curados e a cada dia que passa registam-se progressos na luta contra a doença.
A Acreditar vive essencialmente dos apoios dos seus associados e amigos, do trabalho voluntário e de um reduzido corpo de pessoal administrativo que asseguram a sua gestão corrente.
O seu trabalho reparte-se por núcleos regionais: Norte (Porto), Centro (Coimbra), Sul (Lisboa) e Madeira (Funchal), correspondentes aos centros urbanos onde existem hospitais de oncologia pediátrica.
A Acreditar é membro fundador da ICCCPO (Confederação Internacional das Associações de Pais de Crianças com Cancro).
O objectivo principal desta instituição é a melhoria da qualidade de vida das crianças com cancro e das suas famílias para que se sintam apoiadas e possam resolver os seus problemas.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Contextualização Teórica

Cancro é uma palavra assustadora que carrega um estigma de sofrimento e de morte. Esta é uma doença terrivel, mas que adquire um sentido mais sinistro quando as vitimas são crianças. O tipo de cancro mais frequente na criança é a leucemia, seguido dos tumores do sistema nervoso central.
O diagnóstico de cancro numa criança ou adolescente altera a vida de uma família por completo. Os pais sentem que a vida lhes pregou a maior partida de todas e enfrentar a doença do filho, os internamentos constantes, os tratamentos diários e as deslocações obrigatórias torna-se um fardo demasiado pesado sem a ajuda dos profissionais e das instituições competentes. Todos os profissionais, cada um na sua área, tenta dar o seu melhor na luta contra este problema, tendo sempre como principal preocupação o bem-estar da criança e dos pais. Existem, também, instituições como a Acreditar - Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro - que entendem que seria fundamental que todas as crianças e pais com a doença tivessem apoio neste período difícil para resolver este problema.
A criança com cancro, normalmente, não tem uma vida considerada normal como as outras crianças da sua idade. Existe uma série de limitações impostas, em primeiro lugar, pelos tratamentos, medicação e controle médico que têm de fazer regularmente. Em segundo lugar, têm algumas restricções no que diz respeito à exposição solar, idas as piscinas devido aos micróbios... O saber lidar com uma criança, como reagir, ajudar alguém que muitas vezes não sabe o que se passa com ela é um desafio. Desafio este que nós como Animadores Socioculturais procuramos ultrapassar dando sempre o melhor de nós através dos conhecimentos que fomos apreendendo ao longo dos anos. O importante é respeitarmos o espaço de cada criança, o seu ritmo e os seus sentimentos, para lhes podermos propiciar momentos agradáveis e alegres (ou pelo menos minorar o seu desconforto), contribuirmos para a promoção da sua qualidade de vida e constituir, indirectamente, uma fonte de apoio para os pais e crianças.
"O Animador assume o papel de despertador da sensibilidade e da fantasia, abre o ser à comunicação, à expressão e à admiração pelas coisas; guia oferecendo motivações, criando o ambiente apropriado. Naturalmente que faz tudo isto sem pressas e com grande respeito pelos ritmos e necessidades de cada um" (Jardim, Jacinto, 2002)

terça-feira, 20 de maio de 2008

Apresentação do Projecto

No âmbito da unidade curricular de Projecto do 3º ano do curso de Animação Sociocultural da Escola Superior de Educação de Portalegre foi-nos proposto a realização de um projecto de matriz social,cultural ou educativo numa instituição que seria da escolha de cada grupo. A nossa preferência recaiu sobre o Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil, serviço de pediatria, com o intuito de dar resposta às necessidades das crianças, que por vezes são um pouco esquecidas e vivem num mundo diferente do das outras crianças, mundo este que lhes impõe algumas limitações provocadas pela própria doença que os afecta. Só quem realmente, por uma razão ou por outra, já lá esteve consegue perceber o sofrimento em que vivem, apesar de terem pessoal especializado que as acompanham e ajudam a viver cada dia com mais tranquilidade e felicidade. Por estes motivos resolvemos dar, nós também, o nosso contributo para vermos os sorrisos destes meninos e os seus olhares mais alegres, esperançosos e confiantes. É neste local que, ansiosamente, pretendemos colocar em prática um pouco dos conhecimentos adquiridos ao longo destes três anos. Humanizar a assistência a crianças e a adolescentes hospitalizados significa minimizar o sofrimento proporcionado pela doença e por momentos stressantes típicos da experiência de internamento. Este projecto terá como objectivos estimular a iniciativa, bem como a participação das crianças no seu processo de desenvolvimento, através de actividades lúdicas, culturais, sociais, recreativas e educativas.
"... o que se entende por desenvolvimento cultural e educativo numa sociedade transformada num «mosaico» de identidades diversas? O que se entende por cultura num universo civilizacional em transição milenar? Interrogando-nos também sobre a nossa história de vida e tudo o que a ela está associado, que resposta se pode ter que não seja a de que é preciso sentir, descobrir e transformar... São estes que nos fazem explorar as realidades (observadas e vividas), redescobrir as necessidades (sentidas e desejadas) e enunciar os objectivos (de procura e de transformação)". (Bento, Avelino, 2003)
São estas três palavras, sentir, descobrir e transformar que nós pretendemos com o nosso projecto. Não podemos ter uma atitude apática, inerte perante a vida, temos de ter uma participação activa capaz de transformar a sociedade.

A Terapia do Sorriso

Desde muito cedo que estamos habituados a ouvir «rir é o melhor remédio». Mas este conceito nunca foi levado tão a sério como nos últimos tempos. Está comprovado através de estudos médicos, e com resultados surpreendentes, que o riso funciona como uma terapia complementar que auxilia na melhoria do estado emocional e orgânico.
Cientificamente o riso é visto como um estimulador, este é responsável por mandar a ordem ao cérebro, através do hipotálamo, que sintetiza as endorfinas, mais precisamente as betas endorfinas. Estas substâncias, que são produzidas nos momentos de bom humor e consequentemente do riso, são analgésicas, similares às morfinas, mas com potência cem vezes maior.
O sorriso, riso ou gargalhada propicia um relaxamento corporal que se estende por todo o corpo, dando a sensação de bem-estar físico, mental e emocional.
Hoje em dia alguns hospitais já investem em entretenimento para elevar o estado de espírito dos pacientes, visto que o ânimo, a coragem, a força e a vontade de viver ajuda em muito na recuperação do doente.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

O Animador Sociocultural

O Animador Sociocultural assume uma importante função de mediador e facilitador das práticas culturais nos tempos livres, de forma a contribuir para o desenvolvimento cultural de um colectivo, grupo ou comunidade.
É fundamental possuir capacidades, conhecimentos, métodos, técnicas, procedimentos de acção, entre outros para a compreensão eficaz da realidade social. Para se ser bom animador não basta possuir apenas boas intenções.
O domínio destas técnicas instrumentais de Animação Sociocultural é indispensável na realização de projectos, tento em conta o grupo escolhido a realidade e as suas necessidades. Para que o animador possa desempenhar o seu papel é fulcral possuir um conhecimento cultural vasto que lhe possibilite ter uma certa sensibilidade para a captação da realidade envolvente.
Um dos princípios básicos da animação é que se "aprende fazendo", pois é difícil motivar, consciencializar ou mobilizar sem que primeiro se passe para a acção. Quando o animador se propõe promover, organizar e realizar actividades socioculturais, deve ter em conta alguns aspectos básicos, tais como:



  • Partir de problemas e situações nos quais as pessoas se encontram sendo necessário o contacto directo com a realidade que se pretende trabalhar;
  • Para cada grupo, realidade e circunstância é necessário elaborar propostas concretas;
  • É, também, necessário ter em conta a variedade de iniciativas e de instituições que promovem e realizam projectos em âmbitos sociais, culturais e educativos.

"Um bom animador é aquele que sabe acompanhar, em simultâneo, os que vão à frente, os que caminham a meio e os que, cansados ou com dificuldades, ficaram para trás. A todos apoia, motiva e encoraja para caminharem sempre mais, mas também sabe dizer uma palavra específica para a situação de cada um: quem vai atrás sente-se bem porque o animador respeita o seu ritmo e motiva para que o desânimo não o vença; o que vai a meio, é apoiado para que continue progressivamente a percorrer as etapas sucessivas; e o que vai à frente, é encorajado para que tenha em atenção os outros que vêm mais atrás e, ao mesmo tempo, o animador aponta-lhe novos horizontes sempre nobres e valiosos." (Jardim, Jacinto, 2003)

Animador como agente de mudança

  • Desperta consciências;
  • Quebra a apatia;
  • Promove a criação de novos elos sociais;
  • Conduz a uma participação activa na sociedade;
  • Constitui um factor chave nas modernas concepções e estratégias de desenvolvimento;
  • Potencializa e desenvolve as capacidades humanas.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Legislação sobre a criação e funções do Instituto Português de Oncologia

Data de 29 de Dezembro de 1923 e tem o numero 9333 o Decreto Orgânico que cria o Instituto Português para o Estudo do Cancro, mais tarde designado por Instituto Português de Oncologia.
A sua criação deve-se em grande parte aos esforços do Prof. Simões Raposo e representa da parte do governo o interesse que o estudo e diagnóstico do cancro lhe mereceram. Integrado na Universidade de Lisboa, o Instituto goza de autonomia técnica, científica e administrativa indispensáveis aos fins que lhe são confiados.

1. Organizar a Luta contra o cancro em Portugal
2. Manter e desenvolver o Centro Regional de luta contra o cancro em Lisboa, promover e auxiliar a criação de outros centros regionais
3. Divulgar os preceitos úteis ao público, realizando uma propaganda eficaz contra o perigo do cancro
4. Praticar o estudo do cancro, promover pesquisas científicas, fazer publicações, organizar uma biblioteca especial
5. Melhorar as condições de trabalho e de estudo do seu pessoal científico e técnico, fundar laboratórios de investigação científica e adquirir o material necessário ao estudo e tratamento do cancro.

Só, porém, decorridos 4 anos é concedida a verba indispensável para a criação deste primeiro centro regional, concretizando-se uma necessidade que vinha sendo reclamada deste há trinta anos.

Historial da criação do Instituto

Datam de 1900 as tentativas realizadas no nosso pais no sentido de acompanhar o movimento iniciado no estrangeiro para estudar e combater o cancro. Entre as várias comissões nomeadas para esse efeito destaca-se precisamente a primeira, encarregada de estabelecer uma estatística sobre cancro, mais tarde publicada pelo secretário da comissão, Prof. Dr. Azevedo Neves, que a elabora.
É, porém, em 1911 que a faculdade de medicina de Lisboa aceitando o alvitre do Prof. Dr. Francisco Gentil, resolve criar um serviço clínico e uma consulta para cancerosos, no Hospital de Santa Marta, nomeando aquele eminente Professor e o Professor Dr. João Raposo de Magalhães para, em comissão gratuita, estudarem o problema do cancro.
As primeiras aplicações de rádio efectuam-se a partir 1912 e dois anos mais tarde, cria-se na 1ª Clínica Cirúrgica da Faculdade, a cargo também do Prof. Dr. Francisco Gentil, uma secção de estudos oncológicos.
Graças aos esforços incessantes deste Professor o governo decretou em 1923 a criação do Instituto para o estudo do cancro, provisoriamente instalado no Hospital Faculdade, e possuindo os meios indispensáveis para tratar cancerosos e ministrar o ensino a estudantes e médicos assim como para estabelecer uma propaganda no sentido de combater a doença.
Em Junho de 1927 recebe este serviço um auxílio importante do Instituto de Seguro Sociais: foi assim que se poderam construir os primeiros edifícios num terreno para esse fim adquirido à casa Cadaval, e cedido em condições vantajosas.
Sob o impulso da Comissão Directora, entretanto criada e sobretudo do seu presidente, o Instituto Português de Oncologia engrandeceu-se e desenvolveu as suas diferentes secções, encontrando sempre o melhor acolhimento junto do público e do governo.
Desta forma em 29 de Dezembro em 1927 é inaugurado o Pavilhão A, compreendendo inicialmente os serviços de roentgenterapia, diatermia e dispensário.
Em 1930, o Pavilhão B, destinado a consultas gerais e especiais, compreendendo as especialidades de otorrinolaringologia, urologia, dermatologia, etc., e destinadas ao despiste e pesquisa de casos oncológicos ainda no início.
Em 1933, o pavilhão das radiações, destinado a todos os tratamentos pelo rádio e aos estudos a realizar com este elemento. Este pavilhão foi o primeiro construído na Europa, segundo os princípios estabelecidos em 1928 pelo II Congresso Internacional de Radiologia, realizado em Estocolmo, sobre a forma de proteger os trabalhadores contra as substâncias radioactivas.
Além de uma clínica com a capacidade de internamento de 32 camas dispõem de consultas especiais de aplicação de rádio e do seu controle.
Em 1943, pavilhão D, destinado ao internamento e tratamento de doentes exilados e construído graças à colaboração da Liga Portuguesa Contra o Cancro.
Em 1944, Escola Técnica de Enfermeiras, destinada à preparação profissional e formação moral do pessoal de enfermagem do instituto.
Em 1948, Bloco Hospitalar, destinado a internamento de 362 doentes dispondo de 6 clínicas, serviços operatórios, 20 consultas especializadas, serviços auxiliares, de diagnóstico e terapêutica, serviços de investigação, culturais, de relações internacionais, administrativos, industriais, sociais, de assistência religiosa, visitação domiciliária, etc…
Em 1953, Adaptação do Pavilhão A a laboratório de Rádio Isótopos a que foi dado o nome do benemérito Abílio Lopes do Rego. Este serviço dispõe de 4 enfermarias para internamento de doentes que necessitem de aplicações de isótopos radioactivos e de laboratórios de exame, controle e investigação. Tem um quadro permanente de Físicos em regime de tempo inteiro.
Em 1957, pavilhão destinado às oficinas, onde se encontram instalados os serviços de conservação do património. Dispõem de oficinas especializadas, permitindo a reparação da grande maioria dos utensílios e aparelhos que o necessitem incumbindo-lhe também o encargo de várias obras.Por fim em1958, construção do Pavilhão de cobalto terapia, dispondo do primeiro gamatron instalado em Portugal e destinado ao tratamento de tumores profundos. A este pavilhão foi dado o nome do benemérito Jaime Thompson